Costumamos definir como cólica quando um bebê saudável apresenta períodos excessivos de choro sem explicação. A definição mais tradicional fala em 3 horas de choro > 3 vezes na semana por mais de 3 semanas. Em geral se iniciam na segunda semana de vida, ocorrem mais no fim da tarde/ início da noite e se resolvem até o 4o mês. Mas afinal, por que as cólicas acontecem? Como no período de choro é comum o bebê se contorcer e soltar gases, as cólicas costumavam ser atribuídas a uma imaturidade do sistema digestivo (e por isso o nome - cólica). Mas estudos modernos nãos conseguiram comprovar isso. Atualmente há duas grandes teorias para a origem da cólica:
- Alterações do microbioma gastrointestinal: sabemos que o intestino começa a ser colonizado por bactérias desde a vida intrauterina, com aumento importante após o parto. Estudos recentes identificaram diferenças na composição dessa colonização em bebês com e sem cólica, e sugerem que este pode ser um dos fatores causadores. O uso de alguns próbióticos tem sido estudados
- Exterogestação (ou o 4o trimestre): esta teoria sugere que os bebês nascem 3 meses antes do tempo, e esse primeiro trimestre de vida seria ainda como um último trimestre da gestação, mas fora do útero. As cólicas seriam uma consequência dessa “adaptação forçada” do bebê ao mundo extra-uterino. Algumas medidas são encorajadas para tentar alivias as cólicas por imitarem o ambiente intrauterino, como enrolar o bebê em um charutinho, deita-lo de lado, usar ruído branco, balançar e dar uma chupeta. Faço a ressalva de que nem todos os bebês terão indicação da chupeta, e que devemos evitar seu uso antes que a amamentação esteja bem estabelecida!
Deitar o bebê na barriga da mãe, massagens e até aromaterapia e osteopatia são possibilidades.